Dia 26 de agosto comemora-se o dia de Nossa Senhora de Częstochowa (lê-se "Tchenstorrova") e a Festa da Padroeira da Polônia. O Polonês, povo muito católico, preserva sua fé em constante reverência é sua padroeira, cuja história é bem antiga.
Reza a tradição que São Lucas, o Evangelista que mais escreveu sobre Maria, teria pintado o retrato da Mãe de Deus sobre a mesa usada pela Sagrada Família. A providência velou sobre a preciosíssima relíquia, quer durante a destruição de Jerusalém, quer durante os três primeiros séculos, até o ano 326, quando Santa Helena, indo a Jerusalém, à procura de relíquias de Jesus encontrou o Quadro pintado por São Lucas e o ofereceu a seu Filho Constantino Magno. Este construiu em Constantinopla uma Igreja dedicada à Virgem Maria e lá colocou o Quadro, o qual se tornou célebre pelos milagres e graças, sendo cercado de grande veneração. Por medo das profanações, supõe-se que o Quadro tenha sido guardado por cinco séculos no palácio imperial.
Os imperadores bizantinos casavam suas filhas com os príncipes da Rutênia e da Rússia. Desta maneira uma das filhas, casando-se, levou o Quadro para a Rutênia Vermelha e o colocou no Castelo de Beleza, propriedade do príncipe Leão, e ali permaneceu por mais 100 anos. Em 1532 o rei da Polônia Casimiro, o Grande, incorporou à Polônia estas terras já devastadas pelos tártaros. Durante uma rebelião nesta região, segue para lá, a fim de restabelecer a paz, o príncipe polonês da Silésia (Opole), chamado Ladislau. Este tomou o Castelo de Belza e redeu homenagem ao Quadro milagroso de São Lucas, ordenando que o mesmo fosse colocado no mais belo salão. Logo a região começou a ser invadida pelos tártaros, o príncipe temendo pela sorte do Quadro, se acaso ficasse no oriente, resolveu transportá-lo para seu Castelo em Opole, na Silésia.
Durante a viagem, chegando a Częstochowa, o príncipe teve que pernoitar. Em sonho Maria Santíssima ter-lhe-ia revelado o desejo de que o Quadro deveria ficar ali. Não contrariando os desígnios do Céu, o príncipe levou o Quadro para a Igreja de Nossa Senhora da Assunção. Era o dia 26 de agosto de 1382, conforme ata. O príncipe doou parte de suas riquezas para a reconstrução da Igreja e do mosteiro no Monte Claro - Jasna Góra. A seguir convidou os padres Paulinos da Hungria e lhes confiou à custódia do Quadro. Desde aquele tempo até os nossos dias eles são os guardas desta preciosa relíquia.
Sobre o Quadro Milagroso, na face de Maria, vemos dois cortes, marcas da tentativa de roubo do Quadro, quando em 1430 os husitas saquearam e despojaram o convento levando o Quadro consigo, porém uma força misteriosa impedia de fugir. Enraivecidos danificaram o Quadro. Salva milagrosamente a imagem foi levada a Cracóvia, então capital do Reino. O rei Ladislau Jagiello mandou que fosse restaurada e, para sua ornamentação, ofereceu ouro, prata e pedras preciosas. Contudo o artista deixou duas marcas no rosto de Nossa Senhora, em forma de dois riscos, como sinal da fraqueza humana. Assim restaurado e embelezado o Quadro retornou a Częstochowa. Desde então, este Santuário cresceu, tornou-se conhecido e objeto de profunda veneração do povo, dos cavaleiros, dos magnatas e dos reis. No ano de 1620, o Convento e o Santuário foram cercados de uma muralha, para sua eventual defesa, cujos restos perduram até nossos tempos. A cor tão escura do rosto, que parece até esconder os traços deve-se sem dúvidas a longa história deste Quadro, que já conta então com quase dois milênios.